Afinal, como estudar?
Alguém já te ensinou a estudar? Muita gente me pede dicas sobre isso. Raramente aprendemos isso na prática. Aprendemos diversos assuntos, conceitos, exercícios, porém, o mais importante quase nunca é ensinado que é: como estudar?
Hoje praticamente todo o conhecimento do mundo está nas nossas mãos, nos celulares e computadores. Para aproveitar esse conteúdo disponível e tornar o tempo de estudo melhor e mais produtivo, resolvi compartilhar algumas dicas práticas para ajudar quem precisa.
Antes de começar, é importante compreender que as pessoas são diferentes. Sendo assim, o que funciona para uma, pode não funcionar para outra e vice versa. Testando e se observando é que você vai descobrir o que funciona melhor para você.
Prepare o ambiente
Estudar exige atenção e foco. Observe se você tem um lugar que te proporcione isso, que seja confortável, mas não muito, pois você pode pegar no sono.
Usar os sentidos é muito importante durante os estudos. Tem pessoas mais visuais, outras mais auditivas, outras precisam por a mão na massa para praticar e tem pessoas que precisam fazer tudo isso para terem um bom aproveitamento. Teste e se observe para descobrir o que funciona melhor com você.
Para evitar distrações, desligue a tv, rádio, celular e procure um lugar longe de pessoas conversando.
Comprometa-se com você
Às vezes é difícil começar a estudar, inventamos desculpas para adiar e dizer que não conseguimos. O fato é: sempre conseguimos fazer aquilo que é prioridade e faz sentido para nós. Se você não vê sentido em estudar, nunca vai começar. Então se pergunte: Por que eu preciso estudar? Se na sua resposta tiver algum benefício para sua própria vida, seja tirar uma boa nota, conseguir um emprego, uma promoção, ganhar mais dinheiro, ou mesmo sanar uma curiosidade sobre algum assunto, pronto, já temos um ponto de partida.
Respeite-se
Observe-se ao máximo e procure entender: qual é o seu ritmo e o seu perfil? Não se compare com outras pessoas e não se cobre tanto! Respeitar suas limitações vai tornar esse processo mais produtivo. Por exemplo: se você não se sente bem acordando cedo, não adianta levantar antes do sol nascer para estudar, isso só vai te cansar e te frustrar.
Por fim, esteja à vontade com os erros, pois eles acontecem e é também através deles que aprendemos.
Estudando com textos
Leia com atenção. É normal deixarmos pensamentos nos distrair durante a leitura pois é difícil se concentrar o tempo todo. Se isso acontecer, só retome do ponto em que se lembra e recomece a leitura. Ler 2 ou 3 vezes um texto para entendê-lo plenamente é comum.
Ler em voz alta pode ajudar a fixar o conteúdo na memória, porém, não é apropriado fazer isso em alguns lugares como salas de espera ou bibliotecas. Para esses casos, prefira a leitura silenciosa.
Algumas pessoas conseguem ler e ouvir música ao mesmo tempo. Essa é uma estratégia para eliminar barulhos externos que possam tirar o foco da leitura, como uma conversa alheia, por exemplo.
Há quem prefira músicas conhecidas e quem prefira sons da natureza ou músicas em que a letra não distraia ao ponto de fazer a pessoa sentir vontade de cantar e dançar.
Se você quiser tentar, pode ler ouvindo artistas e bandas que cantam em línguas desconhecidas, mas que tenha uma melodia agradável aos seus ouvidos. Eu gosto muito de ouvir esses exemplos quando estou lendo:
Você pode fazer anotações a cada 1 ou 3 parágrafos da leitura. Ao final desse pedaço, se pergunte: o que eu entendi disso que eu acabei de ler? Então, anote com suas próprias palavras, uma espécie de tradução para você mesma. Se estiver no computador, deixe um arquivo de texto ou um bloco de notas aberto para fazer suas observações sobre o que leu. Esse SEU registro pessoal é tão valioso quanto o texto em si, pois é o que faz sentido para você e vai te ajudar a compreender melhor o sentido no final.
Textos sobre um mesmo assunto podem ser escritos de formas diferentes. É uma questão de adequação. Veja um exemplo:
Uma tese de mestrado
A sacarose extraída da cana de açúcar, que ainda não tenha passado pelo processo de purificação e refino, apresentando-se sob a forma de pequenos sólidos tronco-piramidais de base regular, impressiona o paladar, porém não altera suas dimensões lineares ou suas proporções quando submetida a uma tensão axial.
Sabedoria popular
Rapadura é doce, mas não é mole não!
Tudo é uma questão de adequação. Por exemplo: se você for fazer uma prova escrita sobre um assunto que leu, vai precisar usar uma linguagem adequada. Mas se você só precisa estudar e entender algo, as suas anotações simplificadas e “traduzidas” vão fazer muito mais sentido.
Estudando com vídeo
A quantidade de conhecimento que existe hoje em vídeo é enorme. Tudo está disponível por aí no mundo da internet. Estudar com vídeos tem muitas vantagens: você pode ajustar a velocidade, o volume e até a qualidade da reprodução para se adequar melhor ao seu ritmo de aprendizado.
Assim como no texto, no vídeo também é possível parar e anotar partes importantes. Volte se for preciso, assista de novo. Lembre-se sempre de respeitar o seu ritmo.
Alguns vídeos disponibilizam a transcrição do conteúdo, isso pode ser útil para pessoas que se interessam pelo tema do vídeo, mas preferem ler do que assistir.
Estudando com áudio
A quantidade de conteúdo disponível em áudio para estudos tem aumentado bastante, sejam com podcasts ou audiolivros. A vantagem é que você pode estudar enquanto faz outra coisa, por exemplo: dirigindo, no transporte público, numa fila ou durante atividade física.
Não são todos os assuntos que podemos estudar somente com áudio. Temas mais visuais como design, ou práticos como programação, ficam inviáveis nessa mídia. Já assuntos como línguas estrangeiras, história, literatura podem funcionar muito bem.
Estudando em grupo
Combinar com outras pessoas para estudarem o mesmo assunto possibilita a troca de ideias e a ajuda mútua. Diversidade nunca é demais não é mesmo?! A outra pessoa pode ver, interpretar ou entender o assunto de uma forma diferente da sua e você pode ter uma luz e aprender algo que dificilmente compreenderia sozinha.
Você também pode aprender ensinando, o que na minha opinião, é uma das melhores formas para se aprender. Para ensinar, é preciso preparo, organização do seu raciocínio para conduzir o raciocínio do outro, uma adequação de linguagem e expressão. Quem ensina aprende.
É possível combinar o que será estudado antes e, no dia do encontro, discutirem, tirarem dúvidas, apontarem dificuldades. Ou então, marcar o encontro para começarem a estudar o assunto, esse último pode levar mais tempo.
Todo mundo precisa estar disponível ao mesmo tempo, seja pessoalmente ou por videoconferência. Pode ser difícil conciliar horários, mas uma vez firmado o compromisso, aumenta o empenho nos estudos. O senso de coletividade e responsabilidade te dará forças para não desistir. É essencial que todo mundo se apoie para não deixar ninguém para trás.
Estudar praticando
Independente do assunto a ser estudado, é fundamental praticar. Fazer uma ou duas vezes não é suficiente. Para aprendermos de fato algo novo, precisamos praticar muitas vezes até que se torne natural, seja aprender uma nova língua, a tocar um instrumento, construir um software. Já diz o ditado: a prática é a melhor amiga da perfeição.
É com muitos exercícios que naturalizamos um conteúdo novo. Quantas vezes você caiu até que aprendesse a andar?
Refazer um exercício do zero, mesmo que você já tenha feito e acertado, é essencial. Apague tudo e comece de novo até sentir que aquilo já é natural para você. É difícil fazer isso, mas é necessário. Temos o costume de praticar um exercício uma única vez e achar que já aprendemos quando a chave é: quanto mais praticar, melhor será.
E você, como costuma estudar? Compartilhe sua experiência!
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